terça-feira, 3 de novembro de 2009

Para Sempre.

- Vai – murmurou-me uma voz desconhecida.
Apesar de não conhecer a voz que se dirigia a mim e de estar completamente às escuras, obedeci-lhe.
Sabia a que se referia.
Obedeci-lhe e corri. Corri como se não houvesse amanhã.
Fechei os olhos e inspirei fundo.
Quando os abri soube de imediato onde me encontrava.
Deliciei-me com o aroma agradável a mar e sol.
A brisa quente fez-me sentir de novo em casa.
Comecei a olhar freneticamente em todas as direcções ansiando desesperadamente encontrar o que tanto queria.
Não tardei a vislumbrar-te.
Estavas longe, mas mesmo à distância reconheci-te.
Corrias atrás da bola de futebol com inúmeras criancinhas atrás de ti a gritar o teu nome.
Suspirei. Bastou ver-te para me sentir segura, completa e feliz.
- Vai – desta vez, fui eu que murmurei a mim mesma.
Sorri e corri na tua direcção.
Como se me sentisses perto, ergueste a cabeça e o teu olhar encontrou o meu.
O sorriso que te rasgou o rosto iluminou tudo o que te rodeava. Sorri-te de volta, feliz por perceber que me ansiavas da mesma maneira que eu te ansiava.
Esperei – com uma pontada de nervosismo – que viesses ao meu alcance.
Em segundos, que me pareceram horas, já te encontravas mesmo à minha frente.
Queria dizer-te tanta coisa. O quanto senti a tua falta, o quando precisava de ti. Mas nada me saía. Só conseguia olhar o teu rosto angelical e sorrir estupidamente.
- Estava a tua espera – disseste quebrando o silêncio. A tua voz estava mais doce que nunca.
- Estavas?
Apesar de só querer aproveitar aquele momento ao máximo, o cepticismo não me largava.
Poderia alguém tão perfeito desejar-me realmente da mesma maneira?
- Hum, hum… Desde o dia em que partiste.
Sorri ligeiramente enquanto pegavas a minha mão.
- Foi como se tivesses levado parte de mim contigo – acrescentas-te tristemente.
- Agora, estou aqui – sussurrei apertando a tua mão.
Irreflectidamente, abracei-te. Ouvi-te rir e deliciei-me com o som grave e meigo da tua gargalhada, no meu ouvido.
Algo dentro de mim se inquietou. E se chegasses realmente a partir para o fim do mundo, tal como me fora dito? E se tivesse de te deixar outra vez?
Como se me adivinhasses os pensamentos, ergueste a minha cabeça, olhaste-me nos olhos e beijaste-me a testa:
- Agora estás comigo.
- Para sempre?
- Para sempre – prometeste.
Pegaste-me novamente pela mão e encaminhaste-me até a beira mar.
- Um mergulho? – propuseste.
- Sabes que tenho medo do mar – relembrei envergonhada.
Sorriste:
- Estou contigo. Não deixo que nada te aconteça.
Assenti com a cabeça e deixei que me guiasses para dentro de água.
Mergulhamos juntos e quando emergimos já não estávamos no mar. Estávamos numa… sala de espelhos? Sim, era uma sala de espelhos.
Aventuramo-nos na direcção do primeiro espelho. Ri-me com o que via. Parecíamos anões e tínhamos uma cabeça gigante. Riste-te também e encaminhamo-nos para próximo.
Não reconheci a imagem no espelho. Pelo menos não reconheci a rapariga que estava contigo. Era linda. Tinha o meu cabelo, e os meus olhos. Podia jurar que era eu… se não fosse tão irrealmente bela.
Confusa olhei para a informação referente ao espelho e tristemente percebi. Era um espelho que “melhorava” as pessoas. Punha-as mais bonitas e atraentes. Pois, aquela estranha estranhamente familiar era eu. Mas era eu bonita… atraente… bela. Suspirei destroçada. Eu nunca seria assim. Já tu permanecias o mesmo. O que queria dizer que estavas perfeito como eras.
- Queria ser assim – gemi.
- Porquê? – interrogaste virando-te para mim. Parecias confuso, mas ainda assim sorriste-me em incentivo.
- Era mais… bonita.
- Para que queres ser mais bonita? És linda assim.
- Pfff! Aquela – apontei para o espelho – é que é linda! Aquela... é que servia para ti.
Seguiu-se um silêncio sufocante. Nada dizias. Limitavas-te a penetrar os meus olhos intensamente como sempre fazias.
- Estás enganada – disseste por fim – Gosto de ti como és.
- Mas…
- Aquela não és tu – interrompeste-me – Amo-te tal e qual como és.
Não contive o sorriso que exibi em seguida. Tinhas acabado de dizer o que eu mais desejei durante dois meses.
- Amas-me mesmo?
Já sentia os meus olhos a inundarem-se de lágrimas.
- Amo – reafirmaste.
- Nunca me vais deixar?
Sorriste.
- Nunca.
Inclinaste-te na minha direcção e eu fechei os olhos para receber os teus lábios nos meus. O meu coração batia desreguldamente e as minhas mãos suavam.
Então… acordei.

4 comentários:

  1. tu sabes bem o que acho meu amor.
    quero que estejas sempre bem.

    e não precisas de espelhos "que melhoram as pessoas" :c és perfeita assim ^^

    AMO-TE E ESTOU SEMPRE AQUI PARA TIIII @

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  2. Só para dizer que te estou a seguir, desejar bom ano e implorar que actualizes o teu blog :@
    Escreveste coisas lindas, please continua *-*

    LOVE YOU MY SCOOBIE FELLOW!

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  3. Por momentos pensei que era realidade =O

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